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PLACA NA ESTRADA DE CONCEIÇÃO DA BOA VISTA NAS PROXIMIDADES DO COLINA CLUBE

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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A LÓGICA


LÓGICA: a arte de bem pensar
Armando Sérgio Mercadante
“Por trás de cada fato
há sempre uma idéia e, apoiando todo pensamento,
há sempre uma lógica.
A Lógica desagrada ao gosto de muitos,
afigurando-se-lhes como
uma rede de sutilezas espinhosas,
mas se quisermos
dar o justo valor a cada coisa,
reconheceremos que esta Ciência
racional é a chave do resto...”
(Macaulay)
Meus alunos de Lógica do Colégio João XXIII em Recreio, devem lembrar-se do clássico silogismo Aristotélico: Todo homem é mortal./ Ora, Pedro é homem./ Logo, Pedro é mortal.
Desde a Grécia Antiga que filosofar significava buscar a sabedoria através do uso metódico da razão. Significa dizer que aos filósofos interessava a formulação de raciocínios que chegassem a resultados verdadeiros, e não falsos. Para alcançar esse objetivo, diversos pensadores lançaram-se na tarefa de analisar as estruturas dos raciocínios, organizando-as e classificando-as. Foi assim que nasceu a Lógica.
Para Aristóteles, a Lógica era o caminho mais seguro para encontrar e demonstrar a verdade. Em sua época, a filosofia estava envolvida com as seguintes questões: o que é a verdade (alethéia)? Como encontrá-la? E como demonstrá-la?
Existem algumas curiosidades interessantes no campo da Lógica Uma delas é o sofisma, que é um silogismo falso. Vejamos alguns exemplos.
Se tudo o que é raro é caro./ E se um Gol zero km por R$ 1,00 é raro/ Logo, é caro. Outros exemplos: Tudo o que tem pernas anda/ A cadeira tem pernas/ Logo, a cadeira anda. Tudo o que tem asas voa/ A xícara tem asas/ Logo, a xícara voa.
Quanto à forma os raciocínios acima estão corretos, embora as conclusões sejam falsas porque as premissas não são verdadeiras. O certo seria afirmar: nem tudo o que é raro é caro, nem tudo que tem pernas anda, nem tudo que tem asas voa.
Vejamos outro exemplo. Todos os gatos perfeitos possuem quatro patas./ Lulu possui quatro patas./ Logo Lulu é um gato perfeito. Este argumento é um sofisma, pois, da afirmação Todos os gatos perfeitos possuem quatro patas, não é válido concluir que Lulu é um gato perfeito pelo fato de Lulu possuir quatro patas. Em outras palavras, as premissas desse argumento não oferecem justificativas lógicas para validar sua conclusão.
Hoje ainda é muito comum o uso inadequado de generalizações, o que nada mais é do que confundir a parte com o todo. Exemplo: todo político é corrupto, todo prefeito rouba, não existe político honesto, os homens não prestam e assim por diante. São generalizações, que em alguns casos, acabam determinando atitudes. O holocausto dos judeus teve também sua origem numa generalização de Hitler.
Outra forma de generalização é o senso comum que consiste em uma série de crenças admitidas por um determinado grupo social e que seus membros acreditam serem compartilhadas por todos os homens. Exemplo: Homem que é homem não chora. Lugar de mulher é na cozinha. O brasileiro é um povo pacífico. Deus ajuda quem cedo madruga. Querer é poder. Filho de peixe, peixinho é.
Um tipo interessante de raciocínio é o Dilema. Observe o seguinte exemplo:
Um velho professor de Argumentação realiza um acordo com um de seus alunos. O aluno estaria desobrigado de pagar as lições no caso de perder a sua primeira causa. Findo o curso, o estudante não aceitou nenhuma causa. A fim de cobrá-lo, o mestre processou-o. O jovem defendeu-se com este argumento: Ou ganho a causa ou perco. Se ganhar, não precisarei pagar as lições (porque o professor terá perdido a ação de cobrança). Se perder, também não precisarei pagar as lições (em vista do acordo feito com o professor). Logo, não precisarei pagar as lições.
O professor, no entanto rebateu a argumentação deste modo: ou ganho a causa, ou perco. Se ganhar, o aluno precisará pagar-me (porque terei ganhado a ação de cobrança). Se perder, o aluno também precisará pagar-me (porque terá vencido sua primeira causa). Logo, o aluno deverá pagar-me.
Fica aqui um desafio para o leitor com este problema de inferências corretas. Os elementos são os seguintes:
1. Temos cinco casas.
2. O inglês vive na casa vermelha.
3. O brasileiro é o dono do cachorro.
4. Na casa verde se bebe café.
5. O espanhol bebe chá.
6. A casa verde está situada ao lado e à direita (à direita do leitor) da casa cinzenta.
7. O estudante de Psicologia possui macacos.
8. Na casa amarela se estuda Filosofia.
9. Na casa do meio se bebe leite.
10. O norueguês vive na primeira casa.
11. O senhor que estuda Lógica vive na casa vizinha à do homem que tem uma raposa.
12. Na casa vizinha a casa em que se guarda o cavalo, estuda-se Filosofia.
13. O estudante que se dedica a Estudos Sociais bebe suco de laranja.
14. O japonês estuda Metodologia.
15. O norueguês vive na casa ao lado da azul.
Pergunta-se: Quem é que bebe água? E quem é o dono da zebra?
Resposta :
Primeira casa: norueguês, amarela, Filosofia, raposa, água.
Segunda casa: azul, cavalo, espanhol, Lógica, chá.
Terceira casa: leite, vermelha, inglês, Psicologia, macacos.
Quarta casa: cinza, suco de laranja, Estudos Sociais, brasileiro, cachorro.
Quinta casa: verde, café, japonês, Metodologia, zebra.

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