Lenira Rocha Peres Mercadante
(Da esquerda para a direita: Antonio Britto, Alvaro Marques, Sebastiãozinho do Araújo e Lenira Rocha Peres)
No ano de 1962 alguns alunos do Ginásio de Recreio decidiram formar um grupo de teatro. A peça de maior sucesso foi uma adaptação da obra de Martins Pena Quem casa quer casa. Participaram do elenco: Raquel Tomasco, Pedro Paulo do Daé, Lenira, Zilma, Antonio Britto, Henrique, Sebastiãozinho Araújo e Álvaro Marques
O encontro do grupo para os ensaios era muito divertido. Havia um bom entrosamento e um grande interesse pelo teatro, o que, de certa forma, contribuiu para o grande sucesso da peça e das apresentações do grupo.
A primeira apresentação foi na antiga sede do Recreio Esporte Clube. Depois Abaiba, Laranjal, Volta Grande, Leopoldina e Conceição. A propaganda era feita usando uma tabuleta com fotografias de cenas da peça que ficava apoiada na parede externa do local onde ocorreria a apresentação.
Durante a encenação percebia-se uma empatia muito grande da platéia com os personagens. As pessoas vibravam , riam, gritavam, sapateavam, principalmente nas cenas de brigas e discussões. É importante deixar registrado para a posteridade que alguns tapas nada tiveram de teatrais. Doeram mesmo. Eu mesma levei uns que me deixaram furiosa. Não perdia tempo, levantava e com o rosto avermelhado distribuía tapas em quem estivesse na minha frente. Era uma delícia. A platéia delirava.
Depois da apresentação como era divertido lembrarmos quem apanhou e bateu mais.
Antes da apresentação da peça fazia-se uma encenação tendo como elenco Careca e Dílson. Para o público estava apenas acontecendo a limpeza do palco. Cenário: um balde cheio de água, outro cheio de pétulas de rosas que ficava escondido da platéia, vassoura e pano de chão. Careca, meu irmão, passava o pano molhado no assoalho. Dílson provocava-o chamando-o de preguiçoso e incompetente. Os dois quase saiam no tapa. As agressões verbais ganhavam intensidade passando para o público a idéia de que a discussão era verdadeira e de que não se tratava de uma encenação. Dílson saia e Careca continuava resmungando limpando o chão. Iniciava um diálogo com a platéia reclamando. A reação de risos deixava-o enfurecido. Saía de cena e num canto trocava o balde de água pelo de flores. Como eram iguais o público não percebia diferença. Voltava ao palco e começava a discutir com a platéia ameaçando jogar a “água”. Era uma correria danada. Algumas pessoas levantavam-se e iam para o fundo do teatro. O momento ganhava intensidade. Até que Careca pegava o balde e atirava o seu conteúdo na platéia: em vez de água pétulas de rosas. A reação inicial era de susto que se transformava numa fração de minutos em risos e calorosos aplausos. A cena era tão real que numa apresentação
Foram bons momentos. Divertíamos e levávamos alegria para as pessoas. Só podemos dizer que fizemos sucesso.
Quem Casa Quer Casa
“Quem casa quer casa”, texto de Martins Pena (1845), foi a primeira montagem do Grupo Theatrum, estreada em 1990.
É uma comédia curta, rápida, que trata das relações familiares salpicadas de críticas aos costumes vigentes na época. Não se propõe a grandes análises. É uma visão irônica, divertida e jovial desta instituição sempre tão conturbada que é a família.
Quem casa quer casa”, texto de Martins Pena (1845), foi a primeira montagem do Grupo Theatrum, estreada em 1990.
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