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PLACA NA ESTRADA DE CONCEIÇÃO DA BOA VISTA NAS PROXIMIDADES DO COLINA CLUBE

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quarta-feira, 6 de março de 2013

A RENUNCIA DE BENTO XVI: Armando Sérgio Mercadante




A Igreja Católica e o mundo foram surpreendidos com o anuncio da renuncia do Papa Bento XVI, prevista para 28 de fevereiro. Dentre as inúmeras explicações ganhou força inicialmente a fragilidade da saúde do Papa, embora aumentem também sinais de que conflitos internos na Cúria romana tenham influenciado a decisão de Bento XVI. Seu pontificado foi marcado por turbulências, algumas iniciativas em favor da transparência da Igreja e mudança de posições problemáticas, como as relacionadas à pedofilia, provocaram irritação nos segmentos mais conservadores, colocando o Papa numa situação de solidão e sofrimento interior que contribuíram para sua decisão.
O especialista em assuntos do Vaticano, Marco Politi, ao citar Paulo VI, afirma que não há como escapar da solidão no papado. “Ratzinger experimenta o fracasso de decisões que imaginavam profícuas, dá-se conta da ineficiência de quem, na Cúria, deveria sustentá-lo e assiste impotente a uma revolta que se propaga nos meios de comunicação”.
O gesto do Papa é apenas sintoma de algo muito mais grave que ocorre na Igreja, de “crise de um sistema de governo e de uma forma de papado”. Com o gesto corajoso e ousado do Papa surge agora uma possibilidade para as mudanças necessárias na vida da Igreja a partir do fermento evangélico. É o grande desafio que o conclave que irá eleger o novo Papa terá que enfrentar. Não será fácil se levarmos em conta que todos os seus membros foram escolhidos nas duas ultimas gestões anteriores. Cinqüenta e um no pontificado de João Paulo II e sessenta e sete no de Bento XVI. E a grande maioria está bem afinada com o caráter conservador que foi a marca dos últimos decênios.
O grande desafio que o novo Papa terá que enfrentar é de caráter pastoral: responder com dignidade e ousadia aos grandes desafios dos nossos tempos. Tem que saber ousar com criatividade e liberdade. Segundo Juan Arias, “o importante é que o sucessor de Bento XVI seja capaz de entender que o mundo está mudando rapidamente, e que de nada servirá à Igreja continuar levantando muros para impedir que lhe cheguem os gritos de mudança que provêm de boa parte da própria cristandade”.
Considero de suma importância buscar subsídios nos documentos, decisões e propostas do Concilio Vaticano II (1962-1965).

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