Paciente sendo atendido no Pronto Socorro Municipal de Recreio
Agentes de controle fazem o trabalho de coleta de lixo e espalham 0 inseticida por toda a cidade, mas reforçam que sem a ajuda dos moradores o trabalho não vai conter o avanço da doença.
Nota: matéria divulgada no MGTV de 25 de janeiro passado.
Pergunto: por que os responsáveis pela saúde pública não reconhecem que a situação está fora de controle? A atitude correta da prefeitura é decretar estado de emergência, o que permitiria contratar mais funcionários para ajudar no combate a doença. Juiz de Fora agiu assim quando o índice de infectados atingiu 6,4% da população. Agora, colocar a culpa no povo é tentar tapar o sol com a peneira e querer se eximir da responsabilidade. O número insuficiente de agentes no combate a dengue, a falta de equipamentos, a burocracia oficial, a inexistência de ações permanentes de prevenção e combate são fortes aliados do mosquito transmissor da doença. É necessário reconhecer que a situação atual em Recreio é de estado de guerra. Não adianta mais apelar para campanhas educativas. Não adianta mais alertar a população. É necessário agir de forma eficaz e, se necessário, pedir ajuda aos municípios vizinhos que conseguiram resolver a situação.
Eduardo Costa*
O cientista cubano Carlos Finlay havia demonstrado que essa doença era transmitida pelo Stegomyia fasciata, hoje conhecido como Ae. aegypti, o que fora confirmado por Walter Reed, pesquisador norte-americano. Enquanto muitos cientistas ainda discutiam o assunto, Emilio Ribas em pequenas cidades de São Paulo e Oswaldo Cruz no Tio, convencidos pela experiência cubana, conseguiram demonstrar a eficácia da luta contra o vetor em campo: uma das mais belas vitórias sanitárias de todos os tempos.
A economia agrário-écuária-exportadora do fim do século XIX e início do XX dependia centralmente dos portos de Santos e do Rio de Janeiro. A febre amarela era endêmica na capital brasileira, com as oscilações semelhantes às da dengue descritas acima. Os estrangeiros que aqui chegavam, sem imunidade alguma, desenvolviam quadro grave de elevada letalidade. Assim populações inteiras foram atacadas, navios abandonados na baia, apareceram cemitérios ingleses, por exemplo. O Lombardia, navo de guerra italiano em visita oficial de cortesia, seria abandonado na baia da Guanabara. Na virado do século navios de várias bandeiras recusam-se a aqui aportar. Por isso a higienização toma vulto na república e Rodrigo Alves dá força total ao jovem Oswaldo Cruz.
Em 1902 ocorreram mais de 900 óbitos de febre amarela no Rio, em 1908 ocorreram os últimos 4 daquela fase, graças à caçada às larvas dos mosquitos e isolamento com telamento dos doentes - afinal não havia inseticidas (apareceram na segunda grande guerra) para o combate à formas adultas (aladas).
O trabalho, sem mídia televisava ou rádio, foi realizado por 2.500 guardas sanitários. A população do Rio era de cerca de 700 mil habitantes. Grosso modo, portanto, 100 anos depois nossa população é 10 vezes maior.
Mas o mosquito não foi erradicado do país,e, portanto, voltaríamos a ter no Rio uma epidemia no final da década de 20. Na era Vargas, a luta pela erradicação se tornou nacional e nos anos cinquenta conseguimos ser certificados por observadores estrangeiros como livres do Aedes aegypti.
Mas outras coisas estavam acontecendo na década de 40: a industrialização e urbanização acelerada do país. Paralelamente ao combate doméstico facilitado por novas técnicas, surgiam novos criadouros de mosquitos de extrema eficiência do ponto de vista do mosquito, disseminados pel indústria automobilística: pneus e ferros velhos.
Não durou muito a erradicação. Em 1967, Leônidas Deane detectaria o Ar.aegypti em Belém (provavelmente trazido do Caribe em pneus contrabandeados). Em 1974 já infestava Salvador, chegando ao Estado do Rio no final da década de 70. Em 1986, em Nova Iguaçu, 28% dos domicílios e 100% das borracharias va via Dutra tinham larvas do mosquito.
*Eduardo Costa é diretor de Farmanguinhos, unidade da Fiocruz.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Hoje em dia, considera-se a erradicação do Ae. aegypti praticamente impossível devido ao crescimento da população, ocupação desordenada do ambiente e à falta de infra-estrutura dos grandes centros urbanos. A industrialização também dificulta o enfrentamento desse tipo de inseto, já que os novos produtos descartáveis por ela produzidos (tais como copos e garrafas de plástico) são eliminados de forma incorreta e acabam por transformar-se em possíveis focos para a multiplicação do mosquito. Assim, o máximo que se pode fazer é controlar a presença do mosquito.
O Ae. aegypti tem se caracterizado como um inseto de comportamento estritamente urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em reservatórios de água nas matas. Mesmo assim, macho e fêmea alimentam-se da seiva das plantas, presentes, sobretudo, no interior das casas apesar de só ela picar o homem em busca de sangue para maturar os ovos. Em média, cada Ae. aegypti vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Ela é capaz de realizar inúmeras posturas no decorrer de sua vida, já que copula com o macho uma única vez, armazenando os espermatozóides em suas espermatecas (reservatórios presentes dentro do aparelho reprodutor). Uma vez co vírus da dengue, a fêmea torna-se vetor permanente da doença e calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 a 40% de chances de suas crias já nascerem infectadas.
Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, em recipientes tais como latas e garrafas vazia, pneus, calhas, caixas de água descobertas, pratos de vasos de plantas ou qualquer outro que possa armazena água da chuva. Quand chove, nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito.
Experiências demonstram que a melhor oportunidade para enfrentar o Ae. aegupty se dá na fase larval, pois o mosquito tem apresentado resistência aos inseticidas. A presença dos mosquitos depende muito das condições climáticas (mais chuvas, mais mosquitos) e de políticas públicas. Especialistas ainda consideram os guardas sanitários a melhor maneira de controlar a presença do mosquito, pois somente visitas periódicas feitas de casa em casa são eficientes para combater o mosquito e ensinar a popução a enfrentar o inseto. Além disso, faz-se necessário um constante monitoramento de terrenos baldios, casas abandonadas e quaisquer outros logradouros que possam servir de possíveis focos para a procriação do vetor do dengue".
O dengue é transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da febre amarela. Qualquer epidemia das duas doenças está diretamente ligada à concentração do mosquito, ou seja, quanto mais desses insetos, mais elas se farão presentes. O Ae. aegypti surgiu na África (provavelmente na região nordeste) e de lá espalhou-se para Ásia e Américas, principalmente através do tráfego marítimo. No Brasil, chegou no século XVIII com as embarcações que transportavam escravos, já que os ovos do mosquito podem resistir, sem estar em contato com a água, por até um ano. Em 1955, uma grande campanha realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde chegou a erradicar o Ae. aegypti do Brasil e de diversos outros países americanos. No entanto, a campanha não foi completa e o mosquito permaneceu presente em várias ilhas do Caribe, Guianas, Suriname, Venezuela e sul dos Estados Unidos, de onde voltou a espalhar-se. No fim da década de 70, o Brasil novamente contava com a presença do vetor em suas principais metrópoles. Hoje em dia, considera-se a erradicação do Ae. aegypti praticamente impossível devido ao crescimento da população, ocupação desordenada do ambiente e à falta de infra-estrutura dos grandes centros urbanos. A industrialização também dificulta o enfrentamento desse tipo de inseto, já que os novos produtos descartáveis por ela produzidos (tais como copos e garrafas de plástico) são eliminados de forma incorreta e acabam por transformar-se em possíveis focos para a multiplicação do Ae. aegypti. Assim, o máximo que se pode fazer é controlar a presença do mosquito. O Ae. aegypti tem se caracterizado como um inseto de comportamento estritamente urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em reservatórios de água nas matas. Mesmo assim, macho e fêmea alimentam-se da seiva das plantas, presentes, sobretudo, no interior das casas, apesar de só ela picar o homem em busca de sangue para maturar os ovos. Em média, cada Ae. aegypti vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Ela é capaz de realizar inúmeras posturas no decorrer de sua vida, já que copula com o macho uma única vez, armazenando os espermatozóides em suas espermatecas (reservatórios presentes dentro do aparelho reprodutor). Uma vez com o vírus da dengue, a fêmea torna-se vetor permanente da doença e calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 e 40% de chances de suas crias já nascerem também infectadas. Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, em recipientes tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d'água descobertas, pratos de vasos de plantas ou qualquer outro que possa armazenar água de chuva. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito. Experiências demonstram que a melhor oportunidade para enfrentar o Ae. aegypti se dá na fase larval, pois o mosquito tem apresentado resistência aos inseticidas. A presença dos mosquitos depende muito das condições climáticas (mais chuvas, mais mosquitos) e de políticas públicas. Especialistas ainda consideram os guardas sanitários a melhor maneira de controlar a presença do Ae. aegypti, pois somente visitas periódicas feitas de casa em casa são eficientes para combater o mosquito e ensinar a população a enfrentar o inseto. Além disso, faz-se necessário um constante monitoramento de terrenos baldios, casas abandonadas e quaisquer outros logradouros que possam servir de possíveis focos para a procriação do vetor do dengue. Perguntas mais freqüentes (respondidas por Anthony Guimarães pesquisador da FIOCRUZ): 1) Po que o DDT e a utilização de aviões e helicópteros (como já ocorreu nos EUA) é eficiente para outros mosquitos e ineficiente para combater o Ae. aegypti? Nos EUA, e em outros lugares, o uso de aviões para pulverizar inseticida destina-se ao controle de insetos, inclusive mosquitos, que frequentam rotineiramente ambientes extradomiciliares. O Ae. aegypti permanece quase que exclusivamente dentro das casas, onde inseticidas pulverizados de avião não atingem. 2) Qual o ambiente preferido pela fêmea. Em quais condições (temperatura, ventos) ela não ela não sobrevive ou se torna mais ativa? Onde elas são mais comumente encontradas? As fêmeas e os machos (que geralmente acompanham as fêmeas) ficam dentro das casas (sob mesas, cadeiras, armários etc.). A temperatura ideal fica em torno dos 24 e 28 oC. Temperaturas acima dos 32 oC e abaixo dos 18 oC costumam inibir a atividade do Ae. aegypti e quando ficam acima dos 40 oC e abaixo dos 5 oC são letais.
3) Há possibilidade de outra espécie de Aedes transmitir dengue? Se existe, até aqui, o que impede isso de acontecer?
4) Das formas de prevenção (complexo B, borra de café, água sanitária, levedo de cerveja, vela de andiroba, repelentes, inseticida caseiro etc), quais são realmente eficientes?
5) Existe algum meio natural para combater o Ae. aegypti? Tais como vermes que parasitam as larvas, predadores naturais etc.
6) Até que ponto a utilização de venenos, como o DDT e os larvicidas podem afetar o meio ambiente? Quais (se existirem) seus efeitos colaterais?
7) O vírus causa problemas ao mosquito?
8) Como é o ciclo do vírus dentro do mosquito?
9) Quais as principais linhas de pesquisa desenvolvidas na Fiocruz em relação ao Aedes?
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Até o momento foram notificados 3.035 casos de dengue em Minas Gerais em 2011.Não foi notificado nenhum caso de dengue hemorrágica ou de óbito por febre hemorrágica. Os municípios com maior número de casos notificados foram: Belo Horizonte(374), Mutum(213), Recreio (176), Uberba (176), Rio Novo (166) , Curvelo (145), Contagem (132), Coronel Fabriciano (95), Ipatinga (73). Ituiutaba (72), Governador Valadares (71),Manhuaçu (130). (dados de 2 de fevereiro de 2011)
Deu na TRIBUNA DE MINAS DE JUIZ DE FORA em 06 de janeiro: Às vésperas de enfrentar a fase mais crítica da dengue, com um índice recorde de infestação
OUTRA INFORMAÇÃO IMPORTANTE: "O verdadeiro impacto do dengue ocorre durante as epidemias. De uma forma geral, estas são reconhecidas apenas quando a transmissão já se aproxima do auge. A partir deste ponto, o dengue passa a ser o diagnóstico de qualquer doença febril aguda, os jornais começam a falar "na dengue hemorrágica" [atenção revisor, manter no feminino], reiniciam-se as discussões sobre se o Aëdes aegypti é um "problema municipal, estadual ou federal", e as medidas mais visíveis (mas não as mais eficazes) de controle do vetor são iniciadas, num momento em que pouco podem influenciar no curso da epidemia, por tardias, insuficientes ou ineficientes, como é o caso da aspersão de inseticida em ultra baixo volume, o chamado "fumaçê", completamente ineficaz no controle do A. aegypti, a não ser quando feito dentro de casa. Há inclusive evidências de que os Aëdes aegypti estão se tornando crescentemente resistentes aos inseticidas empregados no Brasil. Estas medidas geram uma falsa sensação de segurança, por parte da população, que, tal como o governo, nada faz para controlar o mosquito (não limpa os quintais e não reduz os criadouros peridomicialiares). Onde não há critérios claros para a distinção entre dengue e dengue hemorrágico ocorre a sobrecarga dos hospitais com pacientes acometidos de dengue clássico, tratamento inadequado dos casos de dengue hemorrágico, com aumento da letalidade e a conseqüente atemorização da população: quem perde um parente com dengue hemorrágico não esquece a rapidez com que a doença evolui. As epidemias de dengue têm um grande impacto econômico, difícil de medir. Alguns estudos mostram que este impacto é semelhante ao de doenças como a malária, tuberculose, hepatite e meningite bacteriana. Os fundos destinados ao combate ao dengue são, em âmbito mundial, 16 vezes menores que os destinados à malária.". Sérgio Setúbal e Solange Artimos de Oliveira, professores da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminente) DEU NA TRIBUNA DE MINAS DE JUIZ DE FORA DO DIA15/01/2011
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Os arrastões acontecem nos dias 19, 20, 26 e 27 de fevereiro nas regiões Sul, Norte, Oeste
* Levantamento de Indice Rápido de Infestação por Aedes Aegyptis
Inseticida A Embrapa também entra na campanha contra o mosquito da dengue colocando em campo um inseticida biológico desenvolvido pelos técnicos da unidade de Brasília, sem comprometimento do meio ambiente. Na quinta-feira, às 9h, na sede da unidade de Gado de Leite em Juiz de Fora, haverá um treinamento com a utilização do "biolarvicida Bt-horus SC". Ele combate não só o Aedes aegypti, mas também o mosquito transmissor da febre amarela.
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PRECISAVA CHEGAR NO PONTO QUE CHEGOU? QUANDO A SAÚDE PÚBLICA SERÁ TRATADA COMO PRIORIDADE? INFELIZMENTE PRATICA-SE O DARWINISMO SOCIAL (SÓ OS MAIS APTOS SOBREVIVEM). POUCOS TÊM PLANO DE SAÚDE E NÃO PRECISAM ENFRENTAR FILAS NO PRONTO SOCORRO. INFELIZMENTE POBRE SÓ EXISTE NA ÉPOCA DAS ELEIÇÕES. E TEM UM COMPLICADOR: O CARNAVAL ESTÁ CHEGANDO. EM 2010 TINHAMOS 110 CASO E ATÉ 26 DE JANEIRO 293. TENHO INFORMAÇÕES DE QUE LARANJAL NÃO EXISTE UMA NOTIFICAÇÃO? FIZERAM ALGUMA MÁGICA, CHAMARAM ALGUM PAGÉ? NÃO SERIA INTERESSANTE CONVERSAR COM O(A) SECRETÁRIO(A) DE SÁUDE PARA CONHECER QUAIS AÇÕES FORAM TOMADAS?
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