Por IVAN BILHEIRO - PROFESSOR DE HISTÓRIA E ESTUDANTE DE
FILOSOFIA
Em tempo de eleição, é bom refletir sobre algumas
responsabilidades dos eleitores. Não só os candidatos devem se pautar por um
comportamento adequado, mas também os eleitores. Afinal, política não é só para
políticos, ela envolve a vida de todos, constante e cotidianamente. Por isso,
valem algumas dicas.Em primeiro lugar, "conheça para divulgar, não divulgue por conhecer". É responsabilidade do eleitor saber quem é o candidato para o qual anda fazendo propaganda. Um médico da família, um amigo de infância ou um colega do trabalho podem ser ótimos no que fazem, mas não necessariamente serão bons para a atuação política direta. Quais são os projetos? Qual o preparo desta pessoa para o cargo em que se candidata? É preciso perguntar, investigar...
Além disso, é preciso evitar fazer eco a ideias furadas sobre a política que acabam prejudicando o processo e a possibilidade democrática de uma justa eleição. Redes sociais têm potencial enorme para isso: campanhas de voto nulo que afirmam que a eleição será cancelada em certos casos, por exemplo, são inverídicas. Algumas notícias sobre candidatos, às vezes, são criminosamente deturpadas e tornam-se virais. Checar fontes, verificar os dados, estudar um pouco é o necessário!
Quer debater política? Ótimo! Este é um assunto que, infelizmente, é escamoteado por muitos em função de desconhecimento, desgosto, desprezo ou mesmo preguiça. Mas respeite as opiniões alheias e aprenda com elas. Mais importante: seja polido, mesmo discordando. Rebater argumentos e criticar não é o mesmo que atacar e ofender. Boa política começa aí, e desemboca em bons debates de ideias entre os políticos.
E mais: acompanhe a situação da política, agora e depois das eleições. O papel do cidadão não se encerra no ato de votar. Este é obrigatório por lei, e a fiscalização constante é um compromisso que deve ser assumido. Seu candidato prometeu o que na última eleição? E você, já escreveu para ele pedindo informações sobre o andamento do projeto? Faça isso, atue pelo bem de todos.
Um último ponto: pense bem. Rimas e musiquinhas não fazem boa política. Voto mal dado não tem retorno, dá o cargo a quem não o merece. E, principalmente, o que é acentuadamente preocupante nas eleições municipais: busque saber quais são as funções dos cargos nos quais você terá que votar. Muitos candidatos apresentam "ideias" que não condizem com o que poderão fazer. Se há candidatos ignorantes, não seja um eleitor conivente. Responsabilidade com o voto é um grande passo.
(Artigo publicado na Tribuna de Minas de Juiz de Fora no dia 29 deste mês)
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