Recreiense de coração, poeta e escritor por vocação
Aristides Dorigo é o nosso "Poeta Maior" e "Mestre do Jornalismo".
Aos noventa anos continua nos presenteando com suas poesias e artigos.
Nasceu em 25 de feveiro de 1920 em Patrocínio de Muriaé, MG. Em 1941 mudou para Recreio onde constituiu família e aposentou-se como ferroviário da Leopoldina.
LIGANDO OS ELOS DA VIDA
Foi um tempo de subir e descer
De fluente inspiração
O sol sobrevoando o verde da mate
Pingado de folhas castanhas
Início e fim interligados
A vibrar a frágil intuição
Voltar?
Não!
Prosseguir!
E no auge da vida
Um grito que sai do peito estremecido
Ligando os elos da vida.
(09/10/2010)
RESTANDO SAUDADES
Depois, tudo foi acontecendo
Da manhã nascente
As plantas revestidas de verde e amarelo
A nitidês das águas do Córrego das Laranjeiras
O rolar das águas e da vida
A banda 1º de Maio de José Lucas
Tocandono Coreto do Jardim
A nossa casa e nossa gente
Resplandente de alegria
O chão molhado pela chuva da noite
Por única certeza
A evidência do mortal
E o relógio do coração
Com suas pulsações e tique-taques
Apenas restando saudades...
(09/10/210)
ENTRE O SOL E A CHUVA
Deus nos dá também poemas
Que brotam do íntimo da alma
No momento em que se abre uma janela
Uma noite de luar que nos encanta!
Criando transparências sobre a tela do Mundo
É aí que nascem nossos sonhos
E ainda dizem que para sonhar
Precisamos apenas fechar os olhos...
(09/10/2010)
CANTO GLORIOSO
E no quebrar desordenado
Somente a certeza da vida
O dia belo e promissor
Deformando-se em linhas
O sussuro da água do Corrego das Laranjeiras
O lacrimejar da tristeza
Um choro continuado
Que se dissolve
Em canto glorioso que se cria..
(09/10/2010)
TEMPO AMENO E FELIZ
Mais profundo que a ciranda azul
Os nossos corações estão entrelaçados
Desenhados no tronco da amendoeira
E lá ficaram suspensos no verde
Entremeio no respirar das folhas
Palpitantes e eternos
Entre antigas árvores cansadas
Lembranças da Primavera das Flores
De um tempo alegre e feliz...
(09/10/2010)
O ECO QUE RETUMBA
É uma história diferente
A da ressonância
E você pergunta:
O eco devolve em resposta
A sua mesma fala
Mas, a verdade mora no silêncio
E o eco perfeito que retumba...
(09/10/2010)
PELAS TEMPESTADES
Algumas vezes
A natureza vem até mim
Fico invadido de luz
Flutuo como bandeira ao Sol
Amo a natureza em festa
Que conversa comigo
Acompanhando a cadência do Vento
Mas, a vida vai passando
Desenrolada pelo Sol e pela brisa
E às vezes pelas tempestades também...
(09/10/2010)
SÚBITA TERNURA
Meu rosto noturno
Arroja meus olhos para o infinito
A memória do amor é forte
Fica brilhando... brilhando...
Água e luar
Desmanchando-se
Em pontos luminosos
Verdades de instantes de súbita ternura...
(09/10/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário