PASTOR MARTIN LUTHER KING

"O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons".
"Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos".
"Devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a esperança infinita".
"Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam".
"Eu segurei muitas coisas em minhas mão e eu perdi tudo; mas tudo o que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo".
Eu tenho um sonho. O sonho de ver meu filhos julgados pelo caráter, e não pela cor da pele. Este é um trecho do famoso discurso de Martin Luther King em Washington no dia 28 de agosto de 1963, numa manifestação que reuniu milhares de pessoas pelo fim do preconceito e da discriminação racial.
Matin Luther King Jr. era filho e neto de pastores batistas. Fez seus primeiros estudos em escolas públicas segregadas e graduou-se no prodigioso Morehouse College em 1948.
Formou-se em Teologia pelo Seminário Teológico Crozer e, em 1955 concluiu o doutorado em Filosofia pela Universidade de Boston. Lá conheceu sua futura esposa Coretta Scott com quem teve quatro filhos. Em 1954 iniciou suas atividades como pastor em Montgomery, capital do Alabama. Envolvendo-se num incidente em que Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar para um branco num ônibus, King liderou um forte boicote contra a segregação racial nos transportes públicos. O movimento durou quase um ano e King foi preso, mas a Suprema Corte decidiu pelo fim da segregação racial nos transportes coletivos públicos. Em 1957 tornou-se presidente da Conferência da Liderança Cristã Sul, intensificando sua atuação como defensor dos direitos civis por vias pacíficas, tendo como referência o líder indiano Ghandi.
Os eventos mais importantes aconteceram nas cidades de Birminghan, no Alabama, St. Augustine, na Flórida, e Selma (Alabama) onde foi preso e torturado diversas vezes e sua casa atacada por bombas.
Em 1963 Luther King conseguiu que mais de 200.000 pessoas marchassem contra a segregação racial em Washington. Nesta ocasião proferiu seu discuro mais conhecido "Eu tenho um sonho" Dessas manifestações nasceram as Leis dos Direitos Civis, de 1964, e a Lei do Direito ao Voto, de 1965.
Em 1964 Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No início de 1967 uniu-se aos movimentos contra a guerra do Vietnã. Em abril de 1968 foi assassinado a tiros por um racista branco, num hotel da cidade de Memphis, onde estava em apoio a uma greve dos coletores de lixo.

EU TENHO UM SONHO

Quando os arquitetos de nossa repúblicam escreveram as magníficas palavras da Constiuição e da Declaração da Independência, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direito à vida, liberdade e busca da felicidade.
Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução do nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir gere violência física. Muitas vezes, precisamos elevarn-os às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nossso irmãos brancos, como está evidenciado em suas presenças aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.
Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com dificuldades de hoje e de amanhã que ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte-americano. Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado do seu sprincipios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".
Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho de que, até mesmo no estado do Mississipe, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.
Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: "Livres, enfim Livres, enfim. Agradecemos a Deus todo poderoso, somos livres enfim".